Imagem capa

Imagem capa

sábado, 29 de abril de 2017

Modificações para guitarras modelo Les Paul

          Há alguns dias li uma publicação da Guitar & Bass magazine que achei bem interessante e resolvi trazer aqui. A publicação (link no final deste post) é em inglês, mas quem tem dificuldade com o idioma não encontrará muito problemas, já que as explicações contam com ilustrações muito sugestivas. Além do mais o tradutor do google está ai pra isso. Não testei, por isso não afirmo que as dicas e modificações mostradas na publicação funcionam e que são muito perceptíveis. Apesar de não ter comprovado a eficácia, o que me chamou mais atenção foi uma chave seletora de seis posições para les paul, que achei a modificação mais interessante dentre as 25 sugeridas. 


A publicação foi há cerca de um ano e diz que o produto foi lançado recentemente, por isso acredito que é um produto ainda desconhecido, ou pouco usado,  no Brasil. De qualquer forma, eu não conhecia e se um dia tiver a oportunidade, pretendo adquirir e postar aqui o seu funcionamento e algumas ligações possíveis. 


Por hoje é só, flw!   

          

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Lubrificantes usados em instrumentos

          Antes de tudo vale lembrar que não existe mágica numa peça só porque é feita para  o uso em instrumentos. O mecanismo de uma tarraxa, por exemplo, é um conjunto de eixos e engrenagens, assim podemos partir dessa ótica para analisá-lo. O mesmo vale para outras peças do instrumento. O nosso tipo de lubrificação não é constante como em máquinas industriais, que possuem altos níveis de desgaste e trabalham com constante variação de temperatura, mas deve ser feita com certa periodicidade. Portanto tudo que vou dizer aqui é pensando em nossa realidade. Vamos conhecer os tipos de lubrificantes que são usados e alguns, que na minha opinião, não devem ser usados e por qual motivo.


Tipos de lubrificantes utilizados em instrumentos   

Lubrificantes sólidos 

Grafite:



Onde utilizar: Utilizaremos o grafite no nut (pestana) e nos carrinhos (saddles) dos instrumentos. Não é necessário comprar o grafite, pode-se raspar a ponta do lápis e você terá grafite enquanto o lápis durar, e é muito tempo. Pode parecer óbvio, mas não se deve em hipótese alguma usar lubrificantes líquidos ou pastosos nesses pontos do instrumento, nunca usar óleos ou graxas. 

Características: O grafite não muda suas propriedades com a temperatura (essa característica não faz muita diferença no nosso caso); Possui um bom índice de adesividade, o que significa que apesar de ser sólido ele irá grudar e ficar no lugar que você deseja com certa facilidade; Não possui impurezas abrasivas, ou seja, apesar de ser sólido não possui partículas que iram riscar ou "lixar" as peças em contato com ele.  

Finalidade: Neste caso a maior finalidade é a estabilidade da afinação. Usar grafite no nut do instrumento ajuda as cordas a voltarem para o lugar, por exemplo, depois de um vibrato ou um bend. Depois de usar o grafite pode dar adeus àquele "tink" no nut na hora de afinar, principalmente se ele for de plástico. Esse barulho acontece porque a corda trava num ponto do nut e subitamente se desprende. Nos carrinhos a função do grafite é a mesma. 


Passar o grafite bem na cavidade (slot), indicado na figura acima, onde se apoia a corda. Esse procedimento ainda ajuda a evitar o afundamento do slot onde se localizam as cordas. Esse afundamento é mais comum em saddles de qualidade inferior, mas acontece em outros, o que varia é o tempo que esse processo leva. Isso também pode acontecer devido ao suor que ajuda a corroer o local que já está sob pressão das cordas. Se a cavidade ficar muito grande a única solução é a troca dos carrinhos. Em resumo é importante manter as peças limpas e bem lubrificadas.         

Passei a utilizar grafite para lubrificar a guitarra depois de ler uma matéria na guitar player de dezembro de 2001, escrita pelo Henry Ho, que falava da regulagem das guitarras do Yngwie Malmsteen. Assim que eu achar a revista, coloco a foto da matéria aqui.

Cera de abelha e parafina:
Como lubrificante, o seu uso fica restrito a utilizá-los em parafusos para facilitar o trabalho de parafusar braços de guitarras e contrabaixos. Mais uma vez, sem exageros na quantidade utilizada, deixo como exemplo a figura abaixo.


Apenas como curiosidade, deixo a foto de um banho de parafina (parafina e cera de abelha, a proporção e tudo mais fica pra outro post) em um captador single que rebobinei e troquei os ímãs.


Sobre os Metais:
Não chega a ser um lubrificante propriamente dito, apenas é um metal (ou liga metálica) que possui o coeficiente de atrito muito baixo e por isso é usado em alguns casos. Muitas engrenagens de tarraxas feitas de latão exatamente por esse motivo, além do que acontecerá o desgaste em apenas uma peça, que poderá ser substituída, e não em duas. Nuts de metais, como o latão, são muito comuns também.  

Lubrificantes líquidos 

Óleo de máquina:
Onde utilizar: Deve ser usado nas engrenagens das tarraxas, pouca quantidade é suficiente. A intenção é formar uma película entre as partes móveis. Aplica-se com um palito de dente, por exemplo, para dosar melhor a quantidade. Não exagerar, é apenas uma película fina.


Características: Para essa finalidade, eu utilizo o óleo da marca singer, pois é de uso residencial; trabalha bem a temperaturas do nosso caso, que são relativamente baixas; A viscosidade é adequada para a maioria das coisas que temos em casa, isso se aplica às tarraxas de violão, contrabaixo, guitarra, cavaquinho, etc; Também se adere bem às peças e as mantém lubrificadas por um bom tempo.

Finalidade: O óleo cria uma película fina entre as peças e isso diminui o atrito e por sua vez o desgaste das peças, além de prevenir a corrosão das mesmas. 

Desengripantes:
Vou destacar aqui o WD40. Não é minha intenção prejudicar a imagem do produto, apenas vou falar dessa marca porque é o que vejo causando mais polêmica quando o  assunto é a sua aplicação em instrumentos, mas o que vou dizer vale para a maioria, se não todos, dos produtos como esse.

Onde utilizar: Esse tipo de lubrificante deve ser usado da mesma forma e nos mesmos locais em que o óleo de máquina, porém deve-se despejar o produto em uma tampinha, por exemplo, para ter o controle da qualidade a ser aplicada. 

Características: Possui praticamente as mesmas características do óleo de máquina para o nosso caso. 

Finalidade:  A mesma do óleo de máquina para o nosso caso. 

A polêmica
Esse tipo de lubrificante pode ser usado como descrito acima e com as mesmas finalidades; Para limpar peças já enferrujadas que não querem se mover e também retirar resíduos de suor ou de outros lubrificantes. As discussões geradas acerca desse lubrificante é a sua utilização em outras partes do instrumento. Já vi gente no youtube usando em escalas e no corpo de instrumentos. Eu não recomendo e digo isso por que não vejo como a principal função desse lubrificante. No site do produto http://wd40.com.br podem ser encontradas várias aplicações, mas no final existe este aviso mostrado na imagem : 

       
Apesar do fabricante dizer que o produto não resseca borrachas, não ataca pintura e não agride madeira, não significa que foi desenvolvido para a limpeza de áreas que possuem pintura e muito menos para a hidratação de escala de instrumentos. Quanto ao aviso legal, o fabricante se refere à lista de usos que você pode encontrar no site do produto, cujo link já deixei aqui. Na minha opinião é um excelente produto, mas para uso em instrumentos indico apenas para as aplicações que descrevi aqui. Isso, para mim, vale para desengripantes no geral.  

Sobre óleos vegetais 
Não indico para o uso em partes de metal do instrumento e já vi canais grandes no youtube indicarem. Funciona como lubrificante, mas esses óleos tem uma maior tendência à oxidação e com o tempo podem deixar resíduos nas peças. Essa é a minha visão e não bato o martelo dizendo que é errado e pronto, apenas não utilizo pelos motivos que descrevi. Para a hidratação da escala existem óleos específicos no mercado para este fim, mas podem ser utilizados outros óleos como o óleo de peroba (apesar de ser uma mistura de óleo vegetal e mineral) e óleos vegetais semelhantes. O próprio óleo de peroba tem uma versão lavanda, recomendo o tradicional. Na dúvida, leia o rótulo do produto e se o fabricante indicar está tudo ok.  

Lubrificantes semi-sólidos (graxas)

Existem graxas de vários tipos e direcionadas a várias aplicações diferentes. Indica-se o uso de graxas para engrenagens abertas, que trabalham sem uma caixa protetora (caixa essa que muitas vezes é preenchida com um certo nível de óleo). Essa indicação se dá pelo fato de engrenagens abertas estarem muitas vezes em rotação e óleos seriam expelidos muito facilmente das peças, é por isso que a gente usa graxa e não óleo na corrente e coroas da bicicleta), também temos que levar em conta fatores como impurezas presentes no local para essa avaliação. As vezes um óleo muito viscoso pode ser usado, mas como estamos falando de engrenagens de tarraxas que são muito pequenas, ficam a maior parte do tempo paradas e não estão expostas a ambientes muito sujos, podemos utilizar os lubrificantes líquidos descritos aqui. Nada impede o uso da graxa em engrenagens de tarraxas, mas sem exageros. Não recomendo muito, pois a graxa velha é difícil de remover numa próxima lubrificação e pode grudar nas mãos e em outras partes do instrumento.        
Aqui finalizamos os tipos de lubrificantes utilizados em instrumentos. Sugestões são bem vindas.

Um pouco sobre Tarraxas Blindadas 
Engrenagens blindadas são engrenagens trabalham dentro de uma "caixa fechada", são engrenagens fechadas. São mais comuns em guitarras, já as abertas são mais comuns em violões, contrabaixos, cavaquinhos, violas, etc. 


Uma fina camadas de óleo é o tipo de lubrificação dessas tarraxas. Essas afirmações não valem para engrenagens de baixa qualidade que muitos dizem serem blindadas, são apenas engrenagens fechadas, o que as protege de impurezas do ar e do ambiente. Na falta de uma tarraxa de qualidade, prefiro engrenagens abertas do que essas fechadas de baixa qualidade, nelas posso ter acesso às engrenagens e limpá-las com querosene, ou um desengripante como wd40, aplicar um novo lubrificante e conferir se todos os parafusos estão firmes. Temos que ter em mente que tarraxas blindadas de boa qualidade não requerem esses mesmos cuidados, até mesmo porque o acesso a parte interna não é possível. Na minha opinião, nessas tarraxas de baixo custo a tampa poderia ser removível, o que daria acesso às tarraxas. Até é possível retirar essa tampa, eu mesmo já fiz, mas é muito trabalhoso, nada prático. Enfim, tarraxas baratas são tarraxas baratas, não dá pra exigir muito delas.    

Consequências de não lubrificar o seu instrumento.
Não lubrificar, ou uma lubrificação deficiente, pode reduzir a vida das peças do instrumento. Isso tudo depende de quanto você usa e por sua vez os efeitos de uma lubrificação adequada  são muito mais perceptíveis quando o instrumento é muito usado. Se a pessoa usa pouco o seu instrumento e por isso afina a guitarra poucas vezes, pouco se nota a diferença, mas se você gosta de cuidar das suas coisas vai concordar que com esses cuidados só temos a ganhar. Esses tipos de cuidados com o instrumento podem fazer que passem anos até que seja realmente necessária a troca de algum elemento.  

Espero ajudar algumas pessoas com esse material. Estou aberto para receber dúvidas e sugestões. Abraço!

 (o,o) \m/

domingo, 23 de abril de 2017

Como usar um gabarito de raio

          Essa ferramenta é muito útil na hora de regular a ação das cordas na guitarra e deixa muito pouco espaço para equívocos em uma regulagem. Antes de ter essa ferramenta eu usava um cartão de crédito que cortei no raio da escala, já dá pra imaginar que a coisa não era muito precisa. O pior de tudo é que no começo a gente não tem noção, ou nem para e pensar mesmo, têm preguiça e acaba não pesquisando direito e a regulagem nunca fica boa. Depois de um tempo tocando descobri esta ferramenta, o gabarito de raio, mas ainda não sabia usa-lo. Eu deixava as cordas niveladas, porém fazia tendo como referência a parte de cima das cordas, ou seja, fuuuuuu#@!&*^*%*ia com a ação das cordas. Isso pode parecer algo muito óbvio pra muitos, contudo na época que comecei a regular o meu próprio instrumento eu mal sabia tocar direito e portanto não sabia diferenciar uma boa regulagem de uma ruim. Também naquela época, existiam imagens na internet mostrando a ferramenta embaixo das cordas, mas a internet não bombava tanto e eu não conheci a ferramenta pela internet, além do que achava que o meu jeito era o certo...coisas da vida. 
            
            Vamos agora à utilização do gabarito. A ferramenta deve ser colocada em baixo das cordas e daí sim fazer a regulagem de altura dos carrinhos, como mostrado na Figura 1. Lembrando que nada te impede de usar a ferramenta como na Figura 2, mas existem várias desvantagens com essa regulagem. 

Figura 1

Cada um é livre pra fazer as coisas como bem entender, mas não aconselho. Esse não é um dos casos que dizemos que não exite o certo e o errado, como a ordem de pedais, já que fazer os ajustes dessa forma vai dificultar a tocabilidade. Eu diria que fazer como na Figura 2 é muito desaconselhável. 

Figura 2

Para não restar dúvida, a nossa referência é a parte inferior das cordas como na Figura 3 e nunca como na Figura 4, como eu fazia erroneamente no passado.  

Figura 3                                                                     Figura 4 

           Existem outros tipos de gabaritos, mas o meu é este mesmo da Figura 5. O nome da ferramenta em inglês é understring radius gauge, só pelo nome o cara já saca o modo de usar a ferramenta e evita o jeito errado.

Figura 5

 A nossa língua é muito complexa e as vezes nos confunde um pouco, já o inglês é mais prático em várias situações. E falando em inglês, vou deixar um vídeo da stewart macdonald onde se pode ver as mais diversas formas e utilidades de gabaritos de raio. Esse site, que muitos já devem conhecer, tem de tudo em se tratando de ferramentas para luthieria, a desvantagem é o imposto que pagamos por comprar do exterior, mas fica a dica.


Vale lembrar que as vezes é necessário fazer uns ajuste fino nas primeiras cordas, levantando essas cordas um pouco, principalmente para raios menores que por sua vez têm escala mais curvada. Isso porque num bend as notas podem morrer quando a corda esbarra na escala, é ai que vemos a importância de não apenas ter a ferramenta e saber como ele funciona, mas também se na prática vai tudo funcionar bem. Também por esse motivo não é muito fácil conseguir uma ação muito baixa em escalas de raio menor sem evitar trastejamentos e esse problema na hora dos bends. No mercado livre é possível encontrar essa ferramenta, com vários raios, e o preço é bem justo, a qualidade eu não posso atestar. Como se pode ver no vídeo dá até pra ajustar os pólos de captadores com essa ferramenta, comprovando que o investimento vale, como diria o chaves, muitíssissississimo a pena.

Valeu! \m/(o,o)      

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Monte o seu pedal (Big Muff)

          Depois de conseguir certo domínio na manutenção e customização de uma guitarra, o próximo passo foi pular para os pedais de efeito. Isso aconteceu pra mim de uma foma natural, pois eu queria ser capaz de tirar um timbre parecido com o de diversos guitarristas em suas músicas, além de ter mais efeitos disponíveis. Como já estava familiarizado com a eletrônica, foi relativamente fácil juntar tudo e começar a fabricar os pedais.

         Vou disponibilizar aqui um passo a passo para que qualquer um possa construir o seu pedal, que será o famoso Big Muff. Esse foi também o primeiro pedal que construí. Há vários esquemas na internet que você pode usar, porém aqui reuni as informações de forma que a pessoa que for montar o pedal seja capaz de finalizar a montagem com o mínimo de dúvidas e contratempos, mesmo que nunca tenha feito nada parecido. Como muita gente sabe, existem diversas versões do big muff, mas a que vou apresentar é a versão 2 de 1973 do big muff rams head. Escolhi essa versão pois, segundo o autor desta página  big muff page, é o que mais se assemelha à versão utilizada ao vivo pelo David Gilmour. Abaixo o diagrama, retirado da mesma página do link, no qual me baseei para esse projeto.

Para algumas das outras versões é necessário apenas trocar os valores de alguns componentes, mas aconselho isso apenas para quem já tem alguma experiência na área. Se você já tem familiaridade com o assunto é só baixar o arquivo que vou disponibilizar e montar o pedal,  se não é só continuar lendo que a partir daqui explico a montagem pensando em quem nunca montou nada parecido na vida. 

       Quem nunca mexeu com eletrônica na vida, mas deseja seguir em frente com esse projeto, precisa adquirir certas ferramentas básicas, sem as quais é impossível realizar esse projeto. Abaixo a lista dos materiais básicos:

*Ferro de solda             (indico o de 30 Watts se é iniciante no assunto)    
*Solda                          (Eu uso a da marca best, mas existem outras de boa qualidade também)
*Multímetro digital      (O meu é o ET-1002 da minipa, mas existem multímetro na faixa de 25 reais no mercado)
      
Também é preciso ter uma retífica manual para perfurar a placa do circuito, mas se você não possui uma há outras opções. Eu já cheguei a usar uma furadeira convencional com uma broca de 1mm e funcionou muito bem. Se ainda sim ficou difícil você pode simplesmente comprar uma placa já perfurada (placa universal, placa protótipo) e fazer as trilhas com a solda. Falei o nome de algumas marcas apenas como referência, e indico apenas porque uso e sei que são bons produtos. Dá pra ver que existe um investimento inicial, mas acho que vale a pena diante do prazer de construir algo com as suas próprias mãos e ver funcionando.    

Segue abaixo o material em PDF 

CIRCUITO PARA IMPRESSÃO E ESQUEMA DE LIGAÇÃO:

Os componentes com asterisco são os que eu mesmo adicionei ao esquema original. Coloquei um resistor de 1M na entrada para evitar o ruído "pop" quando a have é acionada; Um diodo 1n4002 para evitar danos ao pedal caso ele seja ligado com a polaridade da fonte de alimentação invertida; Um capacitor eletrolítico de 100uF para atenuar ruídos provenientes da fonte de alimentação. 

Alguns pontos importantes:  

*O resistor ligado no LED pode ser de um valor acima do sugerido, eu mesmo usei um de 33kohms para diminuir um pouco o excesso de brilho. Há uma fórmula para saber qual resistor usar em cada situação, se quiser se aprofundar Como ligar um LED.
*O jack de entrada é estéreo e o de saída é mono. Esse recurso é usado para evitar a alimentação do circuito enquanto o jack de entrada não está conectado, evitando principalmente o consumo desnecessário da bateria. 
* É possível usar uma chave DPDT no lugar da 3PDT, apenas ignore os terminais do meio. Tenha em mente que essa substituição implica na ausência do LED indicador. 


*Usar uma fonte de boa qualidade, com tensão de alimentação de 9 Volts, ou bateria de 9 Volts.
*Você pode deixar a bateria conectada dentro do pedal e utiliza-lo com a fonte, pois o jack é construído de forma que quando a fonte está ligada a alimentação da bateria é cortada. Para isso eu utilizo o tipo de jack igual o da figura abaixo, ele é bem construído e facilita a instalação na caixinha.


MUITO IMPORTANTE

*Alguns componentes tem lado certo para instalação. Diodos, transistores, LED's e capacitores eletrolíticos devem ser instalados na posição correta ou não irão funcionar corretamente. É nessa hora que o multímetro é mais necessário, pois com ele é possível verificar a posição correta dos diodos, LED's (que são um tipo de diodo) e dos transistores. 


Como na figura, os diodos possuem uma listra que indica o catodo (-) e que também está representada nos esquemas. No caso dos transistores é necessário fazer a verificação, por que se o método escolhido para a confecção da placa for usando a caneta marca texto, a posição dos transistores pode ficar invertida. No link a seguir há uma explicação de como identificar corretamente os terminais do transistor: https://www.youtube.com/watch?v=dA6is9UNi_I. O nosso transistor é do tipo NPN. Depois de aprender a identificar os terminar é só associar o emissor de cada transistor ao resistor ao qual ele está ligado e ai não tem erro.  Emissor de Q1 ligado ao R4, de Q2 ao R10, de Q3 ao R21 e o de Q4 ao R22.  
*Você pode deixar de fora o diodo e o capacitor que adicionei, mas perderá as características proporcionadas por eles.   

          Depois de tudo comprado, o primeiro passo é corroer a placa, se ela já não for perfurada. Acho que a melhor forma de explicar esse processo é através de vídeos já disponíveis no youtube. Nos links abaixo você vai encontrar algumas formas de fazer isso. A primeira forma é a mais simples e barata, levando em conta que estamos lidando com uma placa pequena.


Para a etapa de soldagem dos componentes vou deixar o link https://www.youtube.com/watch?v=d6LvS3XfxBU para um vídeo onde o processo é feito com uma placa universal, o ato de soldar em si é o mesmo. A soldagem dos demais componentes é análoga, só seguir o esquema do PDF.

        Uma curiosidade é que apesar de todo mundo dizer soldagem, esse é na verdade um processo de brasagem. Para que haja solda os materiais têm que se fundir e não é isso o que acontece no nosso caso. Não muda nada na nossa vida, mas vale como conhecimento.

          Existem projetos mais simples por ai, no entanto esse está bem detalhado e é possível aplicar os passos e conceitos em outros projetos. Muitas pessoas não gostam do efeito de fuzz, mas o big muff é um fuzz mais nervoso e por isso pode agradar até àqueles que não são chegados a esse tipo de efeito. Quem construir mande a foto do pedal, entre em contato através de um comentário e se a pessoa quiser eu posto a foto do pedal aqui. Vou deixar a foto do meu big muff (ainda sem a chave de acionamento), e quando possível colocarei um áudio também. 
    

Abraços!   \m/(o,o)\m/

   



  

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Gabaritos de escala (guitarra e contrabaixo, padrão Fender e Gibson)

          O último post foi falando de escalas com o baked maple, nisso lembrei que tinha desenhado no autocad (para garantir a precisão dimensional) duas escalas com as medidas da Fender e da Gibson.
Fiz esse material pensando em conferir a medida das escalas em guitarras e conferir a localização dos trastes, toda vez que suspeitava que um instrumento não dava a nota certa por que os traste tinham sido colocados errados. Nada impede porém de usar o mesmo material para fazer as suas próprias escalas. Há porém um detalhe de extrema importância, na hora da impressão você deve marcar a opção tamanho real no seu leitor de PDF, ou a sua escala vai sair com as medidas completamente erradas. Veja na foto 



         Usei a medida de 25 1/2" (647,7mm) padrão fender e 24 3/4" (628,65) padrão Gibson. Para o nut e para o comprimento do traste 22 usei 42mm/55.43mm e 43.05mm/57mm , padrão Fender e Gibson respectivamente. As medidas do nut e da largura da escala podem ser as que você quiser, o que não pode mudar é o comprimento da escala e as distâncias entre os trastes. Caso alguém precisar posso desenhar em outros tamanhos, só deixar um comentário ou mandar e-mail. Abaixo estão os links para baixar os arquivos. Deixei no tamanho A1 e também no tamanho A4, mas se quiser imprimir no tamanho A4 vai ter que recortar e colar as partes. Por enquanto é isso! 

Links dos arquivos 





Escalas padrão Fender e Gibson A1: https://drive.google.com/file/d/0BzBi7v4-_WgdWmE2RWhSZkRSejA/view?usp=sharing

ATUALIZAÇÃO

A pedido do leitor Erik, estou disponibilizando os PDF's da escala de um contrabaixo padrão Fender (34"). Pelo tamanho da escala, tive que dividir o arquivo em duas folhas A4, mas também disponibilizei em A1 (tive que colocar o desenho num ângulo de 35° para caber na folha) . Lembro mais uma vez de lerem o conteúdo do blog para ficarem cientes da questão da impressão do PDF e a fidelidade à precisão dimensional. Qualquer dúvidas ou sugestões é só comentar. Boa música a todos!  

Escala contrabaixo padrão Fender

A4-parte1: https://drive.google.com/file/d/0BzBi7v4-_WgdOHJ3Q2Z0OFJOOHM/view?usp=sharing

A4-parte2: https://drive.google.com/file/d/0BzBi7v4-_WgdcF92d3dEeEY3WDQ/view?usp=sharing

A1: https://drive.google.com/file/d/0BzBi7v4-_WgdVWpOZE9JV08tUEU/view?usp=sharing


Madeira cozida

          Se você tem acompanhado notícias sobre instrumentos e especialmente as guitarras, já deve saber dos problemas que grandes marcas como a Gibson têm enfrentado em relação à suas fontes de madeira ao redor do mundo, inclusive há um processo rolando contra a Gibson nos EUA https://blog.andertons.co.uk/guitars/gibson-raid. Há um grande problema de fornecimento de algumas madeiras como o mogno, ébano, o nosso jacarandá da Bahia e outras madeiras que estão cada vez mais difíceis de comercializar, e para a nossa tristeza essas são madeiras tradicionais na fabricação de instrumentos. 

              Mas se algo fica difícil para uma empresa ela busca outras alternativas, e a tecnologia está ai para isso. Eu não sei desde quando esse processo é dominado pela indústria, mas foi uma novidade para mim saber que eles "cozinham" a madeira, nesse caso o maple, para torná-lo parecido com o rosewood. Há inúmeras espécies de rosewood, o jacarandá da Bahia (Brazilian Rosewood) é uma das espécies mais cobiçadas para fabricação de instrumentos, mas leis de proteção ambiental dificultam o comércio dessa madeira. Também não queremos que  madeiras como essas  acabem, então acho que deve sim haver um rígido controle. Voltando ao  maple "cozido", que você verá com o nome de baked maple, o processo de obtenção dessa madeira consiste em expor o maple comum, de cor clara, à uma temperatura de 200 graus Celsius, num processo chamado de torrefação, depois sob pressão eles devolvem a umidade para a madeira. Veja a comparação de uma escala de maple tradicional usado pela Fender e uma escala de baked maple em uma Gibson Les Paul Studio 



Nessa foto você pode até achar que eu não pesquisei direito e me confundi colocando a foto de uma escala de rosewood, então vou deixar o link de onde a consegui https://laboratoriodeluthieria.wordpress.com/2014/10/19/teste-gibson-les-paul-studio-satin-worn-brown/. No final do post encontra-se as especificações técnicas da guitarra.

  Eu descobri essa história do baked maple no Andertons Blog https://blog.andertons.co.uk/guitars/gibson-baked-maple-fingerboard-guide, lá você encontra a história completa. Andertons é uma loja Britânica de instrumentos (ou rede de lojas, não sei ao certo e peço que me corrijam se for o caso), eles têm canal no youtube, só pesquisar. Aqui vai mais uma foto comparando o baked maple com o rosewood.


Nessa foto já dá pra notar os veios mais largos do maple, presentes na primeira e na terceira escala. Segundo o blog da Andertons, o baked maple deve possuir uma durabilidade maior do que o maple tradicional, graças ao processo de torrefação, mas isso só poderá ser comprovado a longo prazo. Não vou entrar em questões de timbre de madeira porque esse é um assunto muito polêmico e acima de tudo, eu nunca toquei em uma guitarra com escala de baked maple. O custo de tal processo eu também desconheço. Trouxe esse post aqui mais pela curiosidade que é a obtenção dessa madeira e para que as pessoas fiquem de olho vivo evitando não serem enganadas, caso o processo se torne comum e alguém passe a tirar proveito disso dizendo que o tal baked maple é outro tipo de madeira. Não estou questionando a qualidade dessa madeira, acho até que deve ter uma qualidade muito boa , mas é sempre bom ficar atento ás inovações do mercado.    


          Vou deixar um vídeo do The Allman Brothers Band aqui no final sem razão alguma além de que me deu na telha.

        
             Até a próxima!  (o,o)\m/